Rios e córregos da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) recebem irregularmente quase 10 milhões de litros de esgoto industrial por hora, segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV). O trabalho, divulgado pelo jornal Estado de São Paulo, aponta que esse volume equivale a 28% do total de efluentes produzidos pelas 58.373 indústrias espalhadas em 39 municípios da RMSP.
Na comparação com os efluentes domésticos, que tem tratamento de 69% da quantidade gerada, o volume industrial é menor, mas considerando seu potencial poluidor, o impacto ao ambiente e à saúde é maior, de acordo com os autores do trabalho.
“Pelas características do esgoto industrial, calculamos que ele, em média, é 7 vezes mais poluidor que o doméstico”, explicou Fernando Marcato, professor de Direito da FGV, durante seminário de apresentação do estudo. Por essa relação, os autores comparam que o total despejado ilegalmente pelas indústrias seria o equivalente a todo o esgoto doméstico produzido por uma cidade de 11,9 milhões de habitantes – mais do que a capital paulista.
Por apresentar uma metodologia nova, o estudo repercute com ressalvas por diversas entidades. José Eduardo Lutti, primeiro promotor de Justiça do Meio Ambiente do Ministério Público de São Paulo, disse estar surpreso com a quantidade despejada ilegalmente na natureza, mas pondera que é preciso mais cálculos. A Cetesb indicou que irá apurar a denúncia.
Fonte: Estado de São Paulo, em 27/02/2014